Juliane Costa
Como montar o próprio roteiro?
Atualizado: 13 de out. de 2020
Muitas pessoas têm essa dúvida quando pensam em montar a própria viagem pela primeira vez, sem a ajuda de um agente de viagens, ou até de parentes e amigos. A verdade é que, mesmo que não tenha se dado conta, você tem a ajuda do mundo inteiro - ou quase todo - para montar a sua própria viagem.
Desde a década de 60, quando a Rede de Alcance Mundial (ou World Wide Web - WWW, no original, em inglês) foi introduzida ao mundo, a internet sofreu diversas mudanças significativas. A quantidade de dados e informações que passaram a circular pela web nos últimos anos cresceu de forma exponencial, e a tendência é que esse valor continue aumentando.
Antigamente, quando pensávamos em viajar, era um tanto complicado montar a própria viagem sozinho; as cias aéreas e agências de viagens utilizavam um sistema centralizado chamado GDS, que consolidava os setores de reservas de companhias aéreas, reservas de hotéis e aluguel de carros. Funcionava como um banco de dados gigante, ao qual só os profissionais do turismo tinham acesso. Assim, o consumidor sempre tinha de recorrer a um agente terceiro para efetuar compras ou reservas.
Porém, na década de 90, começaram a surgir os primeiros sites de busca encarregados de pesquisar arquivos armazenados em servidores da internet (os exemplos mais famosos para realizar buscas gerais são Google e Bing). Não demorou muito até aparecerem os metabuscadores, que são capazes de fazer pesquisas em vários sites de busca ao mesmo tempo, e analisar os resultados que eles apresentam (no setor de passagens aéreas, um bastante conhecido é o Viajanet).
Dito tudo isso...
Por onde devo começar?
Eu poderia dar uma resposta engraçadinha do tipo "dá um Google", mas não seria de grande ajuda, não é mesmo? Agora, falando sério, temos todas as informações ao alcance das nossas mãos - pode ser num desktop, num notebook ou num toque na tela do celular. E isso nos dá um poder como consumidor como nunca tivemos antes.
Se está na dúvida de qual destino escolher, a resposta vai estar em você: quais são seus desejos, seus objetivos, seus sonhos...? Agora, se já sabe para onde quer ir, aí que a coisa começa a ficar interessante.
Comece pesquisando sobre o destino que tem interesse nas redes sociais que costuma utilizar; isso já vai dar uma ideia do que esperar. Hoje em dia existem ótimos sites que mostram os custos de várias cidades por estilo de viagem (mochilão, intermediário ou luxo), e podem servir como base inicial para montar o seu orçamento. Também vale pesquisar sobre os costumes locais, mesmo que sejam países vizinhos (na Bolívia, por exemplo, a higiene dos alimentos é bem duvidosa, e não é nada incomum o viajante ter diarreia, caso não tome cuidado).
Agora que já sabe para onde quer ir e quanto acha que vai gastar, hora de verificar se as finanças estão em dia, e quanto dinheiro tem guardado no porquinho, para saber se é possível tirar a tão sonhada viagem do papel. Se a casa estiver arrumada, então, é só partir pro abraço; se não, que tal estabelecer metas financeiras de curto, médio e longo prazo? Isso vai fazer a quantidade e a qualidade das suas viagens aumentar de tal maneira que você nem imagina!
Legal, mas e...
Como saber a quantidade ideal de dias?
Só isso já rende assunto para outro post, mas para responder a essa pergunta, temos que pensar em alguns fatores como, por exemplo, quantos dias você possui de férias. De nada adianta eu te dizer que o ideal para explorar Paris seriam 5 dias se você só tem 3 dias disponíveis. Ou, no sentido contrário, se tem tempo sobrando mas a grana está curta, que tal passar menos dias no destino ao invés de baixar o nível de conforto da sua viagem? As opções são muitas, e o mais legal disso tudo, é que no final, você decide (quem lembra do programa de tv?).
Definido quanto tempo há disponível para a sua viagem, passamos para a parte de logística. O destino escolhido é mais urbano ou de natureza, como praia ou montanha? É fácil chegar até lá? Os meios de transporte do destino são eficientes? Geralmente, em grandes cidades, há várias opções para sair do aeroporto em direção ao centro, assim como para circular no local - pode ser transporte por aplicativo, táxi, ônibus ou metrô. Já se estivermos falando de um destino de praia, talvez o ideal seja contratar um transfer ou alugar um carro.
Beleza, entendi tudo até aqui (ou pelo menos é bom que tenha entendido); então...
Como defino o que fazer no destino?
O barato de planejar a própria viagem é que você é quem vai definir tudo; isso pode parecer assustador a princípio (afinal, se algo der errado, não vai ter ninguém para culpar), mas ao mesmo tempo, é libertador. Sendo assim, use e abuse dos roteiros prontos e guias de turismo, mas nada de se prender ao que está escrito ali; na sua viagem, você só vai fazer o que quiser fazer, e na hora que quiser fazer.
Agora que já montou o próprio roteiro, hora de passar o cartão (sim, a dolorosa sempre chega) e colocar tudo que pesquisou em prática. A verdade é que, por melhor que seja seu planejamento, nenhum plano sobrevive ao campo de batalha, e nada como a vida real para aprendermos com os próprios erros. Tenha sempre isso em mente, relaxe e curta sua viagem; a vida é cheia de imprevistos, e ter de improvisar de vez em quando, faz parte.